ENTREVISTA DE SARAH J. MAAS PARA O SITE BOOKTOPIA
– LIVRARIA AUSTRALIANA (30/04/2018)
Sarah J. Maas é a autora número 1 dos “mais vendidos” do New York Times das séries épicas Trono de Vidro (Throne of Glass) e Corte de Espinhos e Rosas (A Court of Thorns e Roses – ACOTAR). Seus livros são conhecidos por suas poderosas protagonistas femininas e divertidas aventuras.
Na véspera do lançamento de seu último livro na série ACOTAR, Corte de Gelo e Estrelas (A Court of Frost and Starlight), estamos ansiosos para outubro de 2018 com o final da série de Trono de Vidro (Throne of Glass: Kingdom of Ash), com esta entrevista sincera e reveladora com a própria criadora.
1. Você começou a escrever Trono de Vidro (Throne of Glass) na adolescência e o último livro está prestes a sair. Como você está se sentindo sobre abandonar esses personagens depois de tantos anos juntos?
Tantas coisas! Muitas coisas! É tudo um pouco esmagador, para ser honesta. Eu estou sentindo tudo, desde orgulho pois eu realizei este sonho louco meu até a total devastação que esta série está apenas chegando ao fim… alegria pura. Quando terminei o primeiro rascunho e finalmente escrevi “The End” (Fim) na página final, apenas tive esse momento onde fiquei boquiaberta pra tela. E então explodi em lágrimas desagradáveis e tive que me enroscar no sofá por um bom tempo. É claro, eu não acho que vou fechar a porta para o mundo de Erilea, e já existem estórias neste mundo que eu adoraria a chance de contar um dia (uma em particular já está arranhando a porta, mas… vamos ver!)
2. Seus livros são preenchidos por algumas personagens femininas muito corajosas e resilientes. Quem são algumas das mulheres em sua vida que foram inspiradoras para você?
Eu tive muita sorte de ter sido criada e estar entorno de algumas mulheres incríveis, que nunca me fizeram sentir que meu futuro era de alguma forma limitado porque eu era uma menina. Elas me incentivaram a sonhar alto, trabalhar duro e manter minha cabeça erguida. Eu devo muito a elas – mas em particular à minha mãe (que me encorajou a ler o que eu amava e nunca me disse que eu era velha demais para acreditar em magia), e minha avó, que é uma sobrevivente do Holocausto (com a sua prória história incrível) e encheu sua vida de aventuras em todo o mundo – e acendeu minha própria paixão por conhecer novos lugares, conhecer novas pessoas e manter meus olhos e coração abertos no mundo ao meu redor.
3. Quando você soube que queria ser escritora?
Eu acho que foi apenas algo com o qual eu nasci – e definitivamente provinha do meu amor pela leitura (minha mãe diz a qualquer um que a ouça que quando eu era bebê, ela me encontrava folheando meus livros – mesmo que eu não pudesse ler – apenas admirando todas as páginas). Mas eu sabia que queria ser escritora quando tinha cerca de 11 ou 12 anos e lia meus primeiros romances de fantasia (Sabriel de Garth Nix e The Hero and the Crown de Robin McKinley). Eu li esses livros e soube que era o que eu queria fazer – o por que eu tinha sido colocada nesta terra: para escrever histórias sobre todas aquelas idéias selvagens e mundos correndo soltos pela minha cabeça.
4. Qual é a sua coisa favorita quando você não está escrevendo?
Sair com minha cachorra, Annie! (E meu marido, é claro). Sinceramente, apenas ler no sofá ou maratonar na TV com ela enrolada ao meu lado é a minha ideia de Paraíso. Eu a salvei quando ela tinha 10 semanas e passei quase todos os dias com ela desde então (agora ela tem 8 anos), então …podemos dizer que somos muito ligadas uma a outra.
5. Quais eram seus livros favoritos quando você era adolescente?
Sabriel de Garth Nix, qualquer coisa de Robin McKinley (mas especialmente Hero and the Crown), Harry Potter (eu tinha treze anos quando descobri a série, e somente os três primeiros livros tinham saído, então passei a maior parte da minha adolescência esperando os novos lançamentos e participando das festas de lançamento a meia-noite para tê-los!), e The Chronicles of Prydain de Lloyd Alexander (eu juro, tudo que eu aprendi na vida vem daqueles livros).
6. última série que você maratonou?
Estranhamente, passei muito tempo re-assistindo Parks and Recreation e The Office enquanto trabalhava no livro final de Trono de Vidro (Throne of Glass). Eu acho que foi porque este livro era tão intenso (no mínimo) que eu precisava de algo para me fazer rir todas as noites apenas para descontrair e relaxar.
7. Finja que você tem que escolher um de seus personagens para ser seu colega de quarto: quem você escolhia?
Provavelmente Lysandra. Ela é bem limpa, tem roupas incríveis que eu poderia pegar emprestado, e totalmente toparia sair comigo pela cidade ou ficar e maratonar Stranger Things por doze horas seguidas.
8. Qual é o seu tipo favorito de cena para escrever?
Eu realmente não tenho um tipo favorito de cena – mas eu amo escrever os momentos de recompensa. Tipo, os momentos que as coisas tem estado se construindo entorno do livro inteiro (ou série), e que eu tenho esperado meses ou anos para realmente escrever. Às vezes, essas são cenas sensuais, e às vezes são cenas de ação e, às vezes, são apenas cenas de revelação. Eu acho que é por isso que eu me diverti tanto escrevendo o livro final de Trono de Vidro (Throne of Glass) – havia tantos momentos para mim, alguns dos quais eu tenho sonhado desde os meus dezesseis anos de idade, que foi simplesmente …realmente excitante e realmente surreal finalmente colocá-los no papel.
9. Você disse que Celaena nasceu da música da Cinderela, mas Aelin nasceu da música do Lago do Cisne. Como a música molda sua escrita e por que você descobriu que isso era tão importante para o seu processo de escrita?
A música inspira praticamente tudo o que escrevo, e não faço ideia do porquê. É assim que meu cérebro funciona: ouço um pedaço da música (geralmente músicas instrumentais de filmes ou música clássica) e vejo uma cena, um personagem ou um livro inteiro. Todos os meus livros surgiram de músicas, e quase todas as cenas dentro deles (e personagens) foram inspiradas por ela também. A única maneira que eu posso explicar é dizer para você assistir ao fime “Fantasia” da Disney – você sabe como eles pegaram pedaços da música e os colocaram em imagens / enredo / cenas (que muitas vezes não são relacionadas ao pedaço original da música). É assim que meu cérebro funciona. Eu ouço a música e essas coisas apenas se desenrolam em minha mente.
10. Quais livro(s) você está lendo ultimamente que recomendaria aos seus leitores?
Tem sido um ano super ocupado para mim, então eu não tive tanto tempo para ler quanto eu gostaria, mas eu sempre recomendaria qualquer coisa da Patricia A. McKillip, qualquer coisa da Sharon Shinn, The Song of Aquiles de Madeline Miller. Guilde Hunter ou a série Psy-Changeling de Nalini Singh, The Hating Game de Sally Thorne, e a série Captive Prince de C.S. Pacat!
FONTE: https://www.booktopia.com.au/blog/2018/04/30/sarah-j-maas-interview/ Tradução e Adaptação: Tod – Equipe ACOTAR BRASIL